‘Prometeram picanha e não tem nem ovo’: Tarcísio critica gestão Lula em ato pró-anistia
Ao comentar sobre alta dos alimentos, o governador de SP também sinalizou apoio a Bolsonaro para 2026
Rio de Janeiro|Do R7, em Brasília

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou o espaço no palanque durante as manifestações pró-anistia para tecer críticas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoiar uma possível volta de Jair Bolsonaro ao Executivo Federal. Tarcísio citou a alta no preço dos alimentos como argumento e disparou: “Prometeram picanha e não tem nem ovo.”
Segundo o governador, “o grande problema” atualmente é que “ninguém aguenta mais o arroz caro, o feijão, a gasolina, o ovo caro”. Ele avaliou que a alta inflação é motivada por “um governo irresponsável que gasta mais do que deve”.
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Durante a participação, Tarcísio também defendeu “anistia daqueles inocentes que nada fizeram”. “Nós vamos lutar e garantir isso: que o projeto seja pautado e aprovado”, completou.
Conforme mostrou o R7, a proposta de anistia aos presos pelo 8 de Janeiro pode ter uma versão mais “branda” a fim de ganhar celeridade e votos na Câmara. Deputados de oposição avaliam uma anistia parcial aos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na avaliação dos parlamentares, isso tornaria o texto menos radical. Ao todo, os condenados pelo 8 de Janeiro foram enquadrados em cinco crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.
Conforme o STF, a maioria dos condenados teve as ações classificadas como graves. As penas para esses réus variam de três anos a 17 anos e seis meses de prisão. A anistia estudada, em vez de total, perdoaria os crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. A oposição acredita que tais condenações são injustas, pois considera que os atos não foram uma tentativa de golpe de Estado.
Assim, as penas poderiam ser reduzidas e enquadradas apenas em dano qualificado e deterioração de patrimônio. Os condenados pelos atos extremistas então poderiam cumprir as penas em regime semiaberto.
Bolsonaro diz que não vai deixar o país
Durante o ato, Bolsonaro afirmou que não deixará o Brasil, e será problema para opositores ‘preso ou morto’. “E só não foi perfeita essa ‘historinha’ de golpe para eles porque eu estava nos Estados Unidos. Se tivesse aqui, estaria preso até hoje ou, quem sabe, morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. Mas, eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo, afinal, o Brasil é um país fantástico”, afirmou.
Em mensagem aos opositores políticos e à própria Justiça, o ex- chefe do Executivo reafirmou a intenção de se candidatar à presidência em 2026 e disse que “eleição sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil”. “Se sou tão ruim assim, me derrote”, desafiou.
‘Anistia está mais viva que nunca’, diz relator
O relator da proposta que concede perdão a condenados pelo 8 de Janeiro, deputado Rodrigo Valadares (União-SE) afirmou neste domingo (16) que “a anistia está mais viva do que nunca”. A frase foi dita durante manifestação , ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Quantas vezes decretaram a morte da anistia? Mas, eu venho trazer uma palavra de esperança: a anistia está mais viva do que nunca e nós iremos aprovar ela aqui no Brasil”, disse.
Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que a oposição entrará com um pedido de urgência, a fim de dar rapidez para a análise da proposta na Casa. “Assumi um compromisso com todos vocês: na quinta-feira, na reunião de líderes, nós vamos dar entrada para que nós possamos pedir a urgência do projeto da anistia para entrar na pauta na semana que vem”, disse.