Irã rejeita acordo nuclear de Trump, e líder supremo desafia os Estados Unidos
Em discurso transmitido pela TV para todo país, Ali Khamenei rejeitou o acordo, criticou os líderes americanos e deixou ainda mais difícil a possibilidade de uma solução

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, resolveu partir para cima dos Estados Unidos em discurso televisionado após cinco rodadas de negociação entre os dois países, que debate o projeto nuclear iraniano.
O Irã diz que vai continuar enriquecendo urânio, mas apenas para fins pacíficos. Os EUA, pelo contrário, querem que os iranianos abandonem o projeto - em troca eles retirariam as sanções que estrangulam a economia persa. Americanos temem que o projeto iraniano se transforme em produção de bombas atômicas e armas de destruição em massa.
Khamenei começou o discurso falando da importância da energia nuclear para o país.
“Há um ponto que é um elemento-chave na indústria nuclear: o enriquecimento de urânio. Nossos inimigos concentraram toda a sua atenção justamente nesse processo de enriquecimento de urânio. Uma indústria nuclear sem capacidade de enriquecimento é inútil, pois seríamos dependentes de terceiros para obter combustível para nossas usinas de energia.”
Na sequência, ele critica a posição dos EUA e dos negociadores americanos.
“Nas atuais negociações nucleares mediadas por Omã, a proposta dos EUA é 100% contrária ao espírito do “Nós podemos”. O que os EUA estão exigindo é que não haja nenhuma indústria nuclear e que se dependa dela. Ao lado americano e a outros, dizemos: por que vocês estão interferindo e tentando dizer se o Irã deve ou não enriquecer urânio? Isso não é da conta de vocês.”
E volta a criticar e desafiar os americanos no final do discurso.
“Vocês, americanos, possuem bombas atômicas e têm a destruição em massa do mundo à disposição. Que importância têm vocês se a nação iraniana deve ou não ter enriquecimento de urânio ou se deve ou não ter uma indústria nuclear?”
A declaração do Aiatolá vai dificultar ainda mais o processo de um possível novo acordo. Nem Trump e nem o governo americano responderam às provocações. Mas esse discurso não vai sair sem resposta. Que seja diplomática.
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