Mudanças no Pix buscam mais segurança e combate a golpes, diz presidente do Banco Central
Uma das principais alterações será a exclusão de chaves Pix ligadas a Fs e CNPJs irregulares na Receita Federal
Economia|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, anunciou que novas regras para o Pix entrarão em vigor a partir de abril, com o objetivo de reforçar a segurança dos usuários e combater fraudes. Em um vídeo publicado nas redes sociais da autarquia, Galípolo destacou que as mudanças “vão proteger você de golpes e fraudes” e “enfraquecer o crime organizado” (veja o vídeo abaixo).
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Uma das principais alterações será a exclusão de chaves Pix ligadas a Fs e CNPJs irregulares na Receita Federal. Segundo Galípolo, isso impedirá que golpistas vinculem nomes de empresas conhecidas a documentos falsos para enganar usuários.
“Ninguém poderá vincular o nome de uma empresa legítima a um CNPJ que não lhe pertence ou associar um F aleatório para parecer confiável e aplicar golpes”, explicou.
Ele ressaltou que criminosos frequentemente utilizam Fs de falecidos e CNPJs inativos para se ar por empresas de telefonia, escritórios de advocacia e até instituições financeiras.
Problemas identificados em chaves Pix
Atualmente, há 836 milhões de chaves Pix cadastradas no Banco Central, sendo 796 milhões de pessoas físicas. Entre essas, cerca de 8 milhões apresentam irregularidades, incluindo:
- 4,5 milhões com grafia inconsistente;
- 3,5 milhões pertencentes a titulares falecidos;
- 30 mil em situação de suspensão;
- 20 mil canceladas;
- 1 mil marcadas como nulas.
Já no caso das chaves vinculadas a CNPJs, há 39,8 milhões de registros, sendo que 2 milhões apresentam inconsistências na base da Receita Federal. Desse total:
- 59% têm CNPJ inapto;
- 39% pertencem a empresas que tiveram o CNPJ baixado;
- 2% possuem CNPJ suspenso.
Mais proteção contra fraudes no Pix
O Banco Central reforçou que a medida é essencial para impedir que criminosos explorem brechas no sistema para realizar fraudes financeiras. A ideia é que a exclusão de chaves irregulares traga mais controle sobre os dados cadastrados e reduza os riscos de golpes envolvendo transações instantâneas.
Além disso, o BC recomenda que os usuários sempre verifiquem os dados do destinatário antes de realizar um pagamento via Pix, garantindo que a chave está vinculada corretamente ao recebedor.