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R7 Brasília

4 em cada 10 aposentados não conhecem app do INSS para contestar descontos

Pesquisa feita pela CGU revelou que 42,4% dos aposentados afirmam desconhecer aplicativo Meu INSS

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Brasília (DF), 14/05/2025 - Aposentada Neide Maria, recebeu o aviso no APP meu INSS, que teve desconto associativo nos últimos 5 anos.
A partir desta quarta-feira (14), os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem requerer a devolução de valores descontados indevidamente nos últimos anos. O pedido deve ser feito por meio do aplicativo Meu INSS, pelo site de mesmo nome ou pelo telefone 135.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Aposentados dizem não conhecer aplicativo do INSS Joédson Alves/Agência Brasil - 14.5.2025

Documentos ligados às investigações sobre um esquema de descontos ilegais dentro do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) evidenciam a falta de o à internet ou aos canais digitais do instituto pela maioria das possíveis vítimas.

Segundo a CGU (Controladoria-Geral da União), um dos órgãos envolvidos nas apurações, quatro em cada dez (42,4%) aposentados e pensionistas desconhecem o aplicativo Meu INSS, plataforma usada pelo instituto para avisar as pessoas atingidas pela fraude. O app também serve para as vítimas responderem se reconhecem ou não descontos feitos nos seus benefícios.

O levantamento feito pela CGU a partir de entrevistas com beneficiários do INSS também mostrou que 25,1% disseram conhecer o Meu INSS, mas nunca o utilizaram. Das pessoas ouvidas pelo órgão, 32,4% afirmaram já ter usado o aplicativo.

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A CGU alerta que “os beneficiários encontram dificuldades para utilizar as ferramentas disponibilizadas para o aos serviços providos pela autarquia”.


“A utilização de ferramentas digitais por uma minoria dos beneficiários do INSS limita a capacidade de o cidadão identificar possíveis descontos realizados sem sua autorização, situação agravada em função das fragilidades de controle relacionadas à inclusão desses descontos na folha de pagamento do INSS”, alertou a CGU.

Ainda segundo o relatório, “importa ressaltar a própria fragilidade inerente ao perfil dos beneficiários”, o que torna os idosos mais suscetíveis à atuação de terceiros que agem visando obter a documentação relativa à filiação e à autorização para descontos associativos.


A professora aposentada Carla Maria, de 59 anos, se sente insegura ao usar serviços digitais pela quantidade de golpes que existem nas transações via computador ou celular. “A maior dificuldade que tenho quando entro no site para obter uma informação é a quantidade de informações pedidas e as várias camadas ou etapas que preciso fazer para chegar a respostas”, diz.

Ela ite que a vida ficou mais fácil com a tecnologia, mas também ficou mais “perigosa” para as pessoas que têm dificuldade de usá-la. “Não me sinto segura de fazer qualquer transação sem auxílio de um parente ou pessoa na minha total confiança.”


Márcia Coelho, 78, também aposentada, ressalta que não consegue encontrar nenhum tipo de ajuda nas próprias plataformas e também recorre a parentes. “Sempre tenho dificuldade, principalmente em relação às senhas, e também acho que eles [aplicativos e sites] contam com muitas informações e acabo me perdendo”, afirma.

Vítimas em regiões rurais

Um dos pontos destacados nas investigações é o perfil das possíveis vítimas: 67% dos descontos ocorreram em benefícios de quem vive em regiões rurais, enquanto 33% foram relacionados a benefícios de quem mora na cidade.

Com isso, os beneficiários ainda enfrentam um desafio geográfico para verificar informações sobre possíveis descontos, seja pela dificuldade de o à internet em comunidades rurais, seja pela limitação de deslocamento até uma agência do INSS ou até mesmo para ar serviços eventualmente disponibilizados por entidades associativas.

Parceria com os Correios para atender vítimas presencialmente

Inicialmente, o governo tinha anunciado que os pedidos de reembolso das vítimas da fraude do INSS só poderiam ser feitos pelo Meu INSS ou pelo telefone 135. Contudo, o Executivo vai permitir que aposentados e pensionistas façam a solicitação presencialmente.

A Previdência Social e os Correios formaram uma parceria para que 4.730 agências possam prestar esse serviço a partir de sexta-feira (30). O objetivo é atender exatamente as pessoas que têm dificuldade com tecnologias.

“Esse atendimento, olho no olho, será feito aos mais vulneráveis, que têm dificuldade de o à tecnologia, aquelas pessoas que se dirigem à agência há muito tempo e querem receber um abraço, um acolhimento, uma atenção personalizada”, afirmou o ministro Wolney Queiroz.

O que diz a legislação?

Para a advogada especialista em direito do idoso Fabiana Longhi, é dever do INSS oferecer alternativas para que a pessoa idosa com dificuldade em utilizar meios digitais tenha o a informações verdadeiras e atualizadas.

“Atualmente, além do aplicativo Meu INSS, há a opção de contato telefônico por meio da Central de Atendimento do INSS, pelo número 135. Entretanto, sem sombra de dúvidas, é um serviço que demanda aprimoramento, em razão da lentidão e, muitas vezes, da indisponibilidade de atendimento”, explica.

Fabiana também ressalta que a legislação que garante atendimento prioritário a idosos não se limita apenas à prioridade em filas, mas também à obrigação de que os locais de atendimento ao público ofereçam um serviço facilitado, ágil e eficiente.

“É preciso incluir os usuários do INSS no processo, indistintamente, sem os ver como um problema — com garantia de ibilidade, segurança e atualização das informações.”

Balcão Gov.br

A Secretária de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos tem um projeto para facilitar o o para idosos e pessoas com baixo letramento digital. A iniciativa é chamada Balcão Gov.br. Trata-se de uma iniciativa de atendimento presencial, desenvolvida em parceria com estados e municípios.

Cada balcão conta com profissionais treinados para ajudar os cidadãos a ar o que precisam no app ou site gov.br e capacitá-los para que eles possam usar a plataforma, que reúne mais de 4.500 serviços públicos digitais, de maneira autônoma após o atendimento presencial.

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