Análise: visitas de Lula à Rússia e à China colocam Brasil em posição de afastamento dos EUA
Para especialista, país asiático busca diversificação comercial enquanto Brasil se posiciona como elo entre chineses e a América Latina
Jornal da Record News|Do R7
Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
à China, empresários chineses anunciaram um investimento de R$ 27 bilhões no Brasil, com foco em setores como automóveis, energia e transportes.
Segundo
Alexandre Pires, professor de Relações Internacionais e Economia, a China está investindo em novas parcerias como parte de sua estratégia de redução da dependência comercial dos Estados Unidos, especialmente em um momento de tensões globais e guerra comercial ocasionadas pelas tarifas impostas por Donald Trump. “O Brasil se posiciona como um elo estratégico entre a China e o restante da América Latina, criando uma plataforma de negociação que favorece o comércio entre as duas nações”, afirmou Pires.
Segundo Pires,"a postura do Brasil, ao estreitar laços com a China e com a Rússia, reflete uma tentativa de
diversificação de parcerias comerciais, o que pode ser uma estratégia inteligente para mitigar os efeitos da atual
polarização global", conclui o especialista.
O professor ressalta ainda que a viagem euro-asiática de Lula, que inclui agem pela Rússia na semana ada e, agora, pela China, aponta para um distanciamento brasileiro em relação a Donald Trump."Tanto a visita na Rússia como a visita na China mostram prestígio do atual governo com esses chefes de Estado, porém colocam o Brasil numa clara posição de afastamento dos Estados Unidos, ou seja, colocam o Brasil numa rota de colisão com o governo americano", argumenta.
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