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Blog do Heródoto

Brasil e China: uma parceria estratégica que desafia alinhamentos históricos

Parece, mas não é: a visita de João Goulart à China em 1961, em plena Guerra Fria, ecoa nos dias atuais, refletindo a contínua busca do Brasil por uma política externa independente e equilibrada entre as grandes potências

Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro

Brasil e China: uma parceria estratégica que desafia alinhamentos históricos Divulgação

O governo americano não vê com bons olhos a aproximação do maior país latino-americano com o planeta vermelho. Pode ser um desafio que Tio Sam não ite. Além da rivalidade ideológica e geopolítica, o Brasil é um campo fértil para as filiais das grandes empresas norte-americanas. Principalmente nas áreas de mineração, eletricidade e comunicação. É um mercado cativo e isso pode acabar se a aproximação do Brasil com a China resultar na importação de produtos chineses que são mais baratos e compatíveis com o nível de renda dos brasileiros.

Até agora, os produtos vindos dos países comunistas não fazem sombra aos fabricados ou importados pelas filiais das empresas americanas no Brasil. Mas isso pode mudar com uma aproximação com a República Popular da China. Há afinidade de partidos políticos e membros do governo com as mudanças ideológicas lideradas pelo Velho Timoneiro, Mao Zedong, que lidera a reforma no pensamento marxista-leninista que norteou a esquerda desde a Revolução de 1917 na Rússia.

Contudo, o modelo comunista chinês tem sua própria configuração, o que provoca um racha nos partidos comunistas da América Latina, inclusive no Brasil. Há o de linha russa e o de linha chinesa, mais radical e puro segundo os analistas do Livro Vermelho. A imprensa alerta as elites e os militares sobre o perigo de uma aproximação com a China e as represálias que o Brasil pode sofrer do governo americano, mesmo o presidente sendo do partido democrata. Não se pode esquecer que há uma polarização geopolítica mundial e quem não está ao meu lado é meu inimigo.

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Mesmo com a pressão contrária da diplomacia americana e dos núcleos conservadores do Brasil, a missão brasileira chega a Pequim. Na pauta, a de uma série de tratados comerciais, técnicos e culturais entre os dois países. Em época de mundo polarizado, a ação da diplomacia brasileira é considerada desafiadora, ainda mais com o envio de uma delegação de alto nível.


Os chineses preparam uma recepção de primeira linha, que inclui até mesmo uma reunião máxima com o líder da Revolução Cultural, Mao Zedong. O enviado para o encontro é o vice-presidente do Brasil, João Goulart. Tem o apoio dos partidos de esquerda e é considerado o herdeiro político do ditador Getúlio Vargas.

Faz discurso na Praça da Paz Celestial, em palanque bem na porta da Cidade Proibida. Os chineses fazem questão de mostrar o apreço que têm pela delegação brasileira, tratada como um novo parceiro importante. Jango se sai bem da empreitada e tem tudo para comemorar o sucesso diplomático. Salvo o comunicado que informa que o presidente Jânio Quadros renunciou e ele precisa imediatamente voltar ao Brasil e tomar posse. Quer as elites e os militares queiram ou não.

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