Quem é a bailarina libertada na Rússia após prisão por doação de R$ 280 à Ucrânia?
Ksenia Karelina, russo-americana de 33 anos, foi condenada por traição e solta em troca de prisioneiros com os EUA
Internacional|Do R7

A bailarina amadora russo-americana Ksenia Karelina, de 33 anos, está a caminho dos Estados Unidos após ser libertada pela Rússia, onde cumpria uma pena de 12 anos de prisão por “traição”.
A soltura foi confirmada nesta quinta-feira (10) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, em publicação na rede social X. Karelina havia sido detida em janeiro de 2024, acusada de fazer uma doação de cerca de US$ 50 (aproximadamente R$ 280) a uma organização que apoia a Ucrânia.
“Ksenia Karelina está em um avião voltando para casa nos Estados Unidos. Ela foi detida injustamente pela Rússia por mais de um ano, e o presidente Trump garantiu sua libertação”, escreveu Rubio.
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De bailarina à detenta
Natural da Rússia e cidadã americana desde 2021, Karelina vivia em Los Angeles e foi presa durante uma viagem para visitar a família em Ecaterimburgo, a cerca de 1,6 mil quilômetros de Moscou.
O que começou como uma visita de duas semanas à avó de 90 anos se transformou em uma saga judicial quando o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) a acusou de arrecadar fundos para uma organização ucraniana.
A doação, segundo as autoridades russas, teria sido destinada à Razom for Ukraine, uma entidade de caridade baseada em Nova York que ajuda crianças e idosos no país em guerra. A organização negou qualquer envolvimento com e militar.
Inicialmente detida por “vandalismo”, a acusação contra Karelina logo escalou para “alta traição”. Em agosto de 2024, o Tribunal Regional de Sverdlovsk, em Ecaterimburgo, condenou a bailarina a 12 anos em uma colônia penal de regime geral — o mesmo tribunal que sentenciou o jornalista americano Evan Gershkovich a 16 anos por espionagem.
O FSB informou à TASS, agência estatal de notícias russa, que o presidente Vladimir Putin perdoou Karelina.
A libertação da mulher ocorre em meio a uma troca de prisioneiros entre Washington e Moscou, realizada na manhã desta quinta-feira em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Em troca, a Rússia recebeu Arthur Petrov, cidadão russo-alemão preso em 2023 no Chipre a pedido dos EUA, acusado de exportar microeletrônicos sensíveis para Moscou.
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