O que se sabe sobre a epidemia de cólera que matou 170 pessoas em uma semana no Sudão
Surto é agravado por dois anos de guerra e colapso de serviços básicos de saúde, segundo Ministério da Saúde sudanês
Internacional|Do R7

Uma grave epidemia de cólera em Cartum, capital do Sudão, matou 70 pessoas em apenas dois dias, disse o Ministério da Saúde do país nesta quinta-feira (29), segundo a agência de notícias -Presse (AFP).
A crise, intensificada pelo colapso dos serviços médicos e de infraestrutura básica, ocorre em meio a mais de dois anos de guerra entre as SAF (Forças Armadas Sudanesas) e a RSF (Forças de Apoio Rápido).
O Ministério da Saúde sudanês disse que Cartum registrou 1.177 casos de cólera e 45 mortes na terça-feira (27). No dia seguinte, foram registradas 942 novas infecções e outros 25 óbitos.
A capital concentra 90% das novas infecções registradas no país, que já contabiliza, ao todo, 2.729 casos e 172 mortes somente em uma semana.
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Crise humanitária
A epidemia foi oficialmente declarada após semanas de bombardeios com drones, atribuídos às Forças de Apoio Rápido, que destruíram o sistema de abastecimento de água e energia elétrica na capital, criando condições propícias para a disseminação da doença.
A guerra, que completou dois anos em abril, já causou dezenas de milhares de mortes e deslocou 13 milhões de pessoas. O conflito é descrito pela ONU (Organização das Nações Unidas) como “a pior crise humanitária” do mundo atualmente.
A infraestrutura do Sudão está em ruínas, com 90% dos hospitais em áreas de conflito fechados, o que dificulta o atendimento às vítimas da cólera e outras emergências médicas, segundo a AFP.
Embora as autoridades sudanesas afirmem que 89% dos pacientes isolados estão em processo de recuperação, a falta de o à água potável permanece uma preocupação crítica, potencializando a propagação da epidemia.
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