Impressão digital em maço de cigarro desvenda caso de homicídio após 48 anos nos EUA
Avanços em tecnologia forense permitiram que polícia da Califórnia identificasse suspeito de assassinato de jovem ocorrido em 1977
Internacional|Do R7

Quase meio século após o assassinato de Jeannette Ralston, uma jovem mãe de 24 anos, na Califórnia, nos Estados Unidos, a polícia conseguiu identificar o suspeito por meio de impressões digitais encontradas em um maço de cigarros.
De acordo com o jornal The New York Times, Willie Eugene Sims, de 69 anos, morador de Jefferson, Ohio, foi acusado de assassinato na última sexta-feira (9) em San José. Ele está detido sem direito a fiança e não se declarou culpado.
O crime ocorreu em 31 de janeiro de 1977, quando Ralston, moradora de San Mateo, foi vista pela última vez deixando um bar com um homem desconhecido. Na manhã seguinte, seu corpo foi encontrado no banco traseiro de seu Volkswagen Fusca, em um estacionamento próximo, estrangulada com a manga de uma camisa vermelha.
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A investigação inicial não encontrou pistas sólidas, e o caso esfriou. A virada veio apenas em 2024, quando a unidade de casos arquivados do Condado de Santa Clara revisou as evidências.
Uma impressão digital em um maço de cigarros encontrado na cena do crime foi reanalisada no banco de dados do FBI, a polícia federal dos EUA. “Tentamos uma última cartada e processamos todas as impressões digitais da cena novamente”, disse Rob Baker, promotor-adjunto da unidade, ao The New York Times.
A correspondência, identificada no verão de 2024, apontou para Sims, beneficiada por uma atualização de 2018 no algoritmo de busca do FBI.
Segundo a rede norte-americana CBS News, Sims, então com 21 anos, era soldado em Fort Ord, a 110 km da cidade onde ocorreu o crime. Em 1978, ele foi condenado por tentativa de homicídio e roubo com faca, cumprindo quatro anos de prisão.
Após deixar a Califórnia, Sims não teve novos registros criminais, e seu DNA não estava disponível no Codis, o banco federal de DNA dos EUA.
Com um mandado, investigadores coletaram o DNA de Sims, que coincidiu com o material encontrado sob as unhas de Ralston e na manga da camisa usada no crime. Um retrato falado de 1977, baseado em testemunhas, também mostrou semelhança com a foto de Sims na época.
A autópsia indicou que Ralston sofreu agressão sexual, e o suspeito tentou, sem sucesso, incendiar o carro, segundo a CBS News.
Allen, filho de Ralston, que tinha 6 anos na época, ficou surpreso ao saber que o caso ainda era investigado. Ele recebeu fotos inéditas da mãe em maio de 2024 e, meses depois, foi informado da prisão iminente. “Como agradecer por algo assim?”, disse ele ao The New York Times, elogiando o trabalho dos detetives, muitos já falecidos.
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