Setor de transportes teve inflação abaixo da oficial, mesmo com alta do etanol, diz CNT
Índice anual do grupo de transportes ficou em 3,3%, mas apresentou variações significativas em itens-chave
Economia|Do R7, em Brasília

A primeira edição de 2025 do Boletim de Conjuntura Econômica da CNT (Confederação Nacional do Transporte) revelou que a inflação do setor fechou o último ano em 3,30%, abaixo dos 4,93% registrados pelo índice oficial, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No entanto, o resultado foi influenciado por variações significativas em itens como o preço da gasolina (9,71%), o etanol (17,58%) e as tarifas de pedágio (4,10%). Por outro lado, os custos com pneus e óleos lubrificantes apresentaram queda no ano: −2,07% e −0,53%, respectivamente.
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Ainda segundo a publicação, a reação do Copom (Comitê de Política Monetária), ao aumentar a taxa de juros para 12,25%, indica uma projeção de aumento da inflação em 2025 e uma política monetária ainda mais restritiva.
“O processo inflacionário e as medidas de contenção preocupam o setor de transporte, pois a Selic influencia as taxas de juros dos financiamentos para operações empresariais e para investimentos em infraestrutura de transporte”, afirma Fernanda Schwantes, gerente executiva de Economia da CNT.
Veja a variação dos principais itens analisados:
- Preço da gasolina: 9,71%
- Tarifas de pedágio: 4,10%
- Preço do etanol: 17,58%
- Gás veicular: 7,66%
- Preço de pneus: −2,07%
- Preço de óleos lubrificantes: −0,53%
Transporte aéreo e terrestre em queda
A publicação também revelou que o volume de serviços do setor de transporte, mensurado pela PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) do IBGE, retraiu 2,7% em novembro de 2024. No mês anterior, o setor havia alcançado o maior nível de crescimento mensal da série histórica iniciada em 2011.
Todos os segmentos do setor apresentaram diminuição no volume de operações no mês, com exceção do modo aquaviário, que registrou crescimento de 0,2%.
O destaque negativo ficou com o transporte aéreo, que apresentou uma queda expressiva de 13,7% no volume de serviços em relação a outubro.
O transporte terrestre também apresentou retração, embora mais moderada (-0,7%), enquanto o segmento de armazenagem, serviços auxiliares ao transporte e correio teve desempenho praticamente estável, com leve redução de 0,2%.
Na divisão por tipo de serviço, o transporte de ageiros caiu 3,4% em novembro, enquanto o transporte de cargas recuou 1,4%. Apesar das retrações no mês, ambos os segmentos mantêm desempenho superior aos níveis pré-pandemia: o transporte de ageiros está 34,2% acima de fevereiro de 2020, e o transporte de cargas, 7,9%.